8 de novembro de 2012

'Oposição a Haddad será sem adjetivo', diz tucano


Eleito com a maior votação do partido da oposição, Matarazzo chama aliança de Kassab com PT de 'excesso de pragmatismo'  
                       
05 de novembro de 2012 | 2h 03
Julia Duailibi - O Estado de S.Paulo 

                                                                             
O tucano Andrea Matarazzo, vereador eleito pelo PSDB com a maior votação do partido - 117 mil votos -, afirma haver um "excesso de pragmatismo" na aliança entre o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o PT, de Fernando Haddad.

"Acho no mínimo estranho até porque a gestão do prefeito foi demonizada na campanha", declarou Matarazzo, que foi ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência no governo FHC.



Embora considere Aécie 'bem posicionado', Andrea Matarazzo vê indefinição para 2014.


Aliado de José Serra, Matarazzo diz ser cedo para o PSDB já ter definido o candidato a presidente em 2014:


"Hoje o Aécio (Neves) está mais bem posicionado. Isso é um fato. Até porque o Serra estava disputando uma eleição até agora. Mas tem muito tempo pela frente".


O PSDB sempre criticou o modo de o PT fazer oposição. Que tipo de oposição pretendem fazer na Câmara Municipal?
Vamos fazer oposição sem adjetivos e de forma responsável, que é a nossa cara. Temos que exercer o papel para o qual fomos eleitos, que é fiscalizar o Executivo e propor legislação.


O partido vai votar contra bandeiras de Haddad, como o Bilhete Único Mensal e o fim da taxa de inspeção veicular?
O PT tem maioria na casa, segundo a composição que já foi anunciada do PSD com o PSB. Não precisamos ser contra. Mas vamos ver como fazer. Pessoalmente, também não sou a favor do fim da taxa de inspeção porque você vai penalizar a população como um todo. É o Tesouro arcando quem tem carro, e quem não tem vai pagar.


Como o sr. avalia a aliança do PSD com o PT? Kassab já falava em 'apoio incondicional' no dia seguinte ao resultado das urnas?
Ainda não está claro, porque a bancada de vereadores fala uma coisa, e o prefeito falou diferente. Acho no mínimo estranho até porque a gestão do prefeito foi demonizada na campanha. Acho estranho quererem o apoio e não entendo que o prefeito possa dar um apoio incondicional assim. Do PT nem estranho porque deles não devemos estranhar nada. Para mim, é um pouco de excesso de pragmatismo político do prefeito.


Falta coerência?

Não, diria que é um certo excesso de pragmatismo político.

A aliança com o PT passa pelo desejo de Kassab preservar a gestão de eventuais devassas?

Não sei. Acho que no fundo vai na linha do excesso do pragmatismo político e dos sinais que o prefeito já tinha dado de apoio ao PT nacional. E também do desejo dos seus vereadores, que já vinham negociando isso fazia mais de duas semanas, segundo a imprensa.Alguns tucanos culparam a gestão Kassab pela derrota.

Essencialmente a derrota está relacionada ao fato de o PT ter conseguido vincular a saída do Serra da Prefeitura à gestão mal avaliada do Kassab. Não conseguimos separar uma coisa da outra, até porque são coisas diferentes. O prefeito foi eleito.


Kassab está traindo o PSDB?

Não. Terminou a eleição. Está tomando um novo rumo. Fez uma nova escolha, pragmática.

PSDB errou ao não renovar?

Não. Tenho convicção de que o Serra tinha mais condições políticas de ganhar a eleição.

Mesmo com a rejeição alta?

A rejeição veio depois. No início, não tinha essa rejeição. Ela veio à medida que colaram a saída da Prefeitura à má avaliação. Não conseguimos mostrar o que a Prefeitura fez no nosso período nem desvincular a saída dele da segunda gestão.

Serra dará espaço para renovação do PSDB paulista?

Sempre deu. Isso não será um problema. Esse é o menor dos problemas do PSDB.

Qual o maior?

Hoje, a falta de comando.

Qual papel que Serra deve ter no PSDB? Presidente do partido?
Ele terá sempre o papel que ele teve. É referência e um dos melhores quadros que temos. Se não o melhor em atividade.


E candidato a presidente?

Não parei para pensar. A eleição mal acabou.

Acha que a vez é do Aécio?

Temos muito tempo para pensar nisso. Mais dois anos. Acabamos de sair de uma eleição...ss

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